José Serra aposta no transporte coletivo. Investiu R$ 23 bilhões num amplo programa de expansão do Metrô paulistano e modernização da CPTM, a companhia de trens metropolitanos. É o maior valor já destinado no país para ampliar e modernizar o sistema de transporte coletivo.
No final do ano, o governo do estado, concluindo o trabalho impulsionado por Serra, cumprirá a meta de entregar à população a primeira fase do Plano de Expansão do Transporte Metropolitano, destinado a aperfeiçoar a eficiência e a qualidade dos serviços de transporte público em São Paulo, Campinas e Baixada Santista.
Nas visitas que fez recentemente a Belo Horizonte, Goiânia e Porto Alegre disse que na Presidência da República ampliará linhas atuais ou construirá metrô para melhorar o sistema de transporte e a qualidade de vida dos trabalhadores. No Rio de Janeiro, onde realizou caminhada em Bangu, após uma viagem de trem de 40 minutos, disse que a melhor opção é transformar trens urbanos em metrô.
Em São Paulo, o programa "Expansão SP" beneficiará 20 milhões de pessoas com a redução de 25% do tempo médio das viagens e aumento de 55% do número de passageiros do Metrô e CPTM. Quando sua primeira etapa estiver concluída, no final de 2010, a rede sobre trilhos com qualidade de metrô terá passado de 60 km no início de 2007 (hoje já são 66 km) para 240 quilômetros.
Além de aumentar e melhorar a rede de transporte, o "Expansão SP" está gerando 40 mil empregos diretos e outros milhares de indiretos. Por se tratar de um plano de desenvolvimento integrado, favorece a circulação das pessoas por meio do transporte público, estimulando a abertura de novas frentes de comércio, empregos e renda.
Lula: “Metrô é coisa de rico que quer rua para o carro”
Na contramão do que administradores e urbanistas fazem em todo o mundo – a substituição parcial do carro pelo transporte coletivo – o presidente Lula acredita que o automóvel deve predominar. Durante assinatura de contratos para implementação de obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, ele pontificou: “Eu quero que os pobres também tenham carros. Então, nós, prefeitos e governadores, temos que construir mais ruas”.
Admitiu, mais adiante, que “temos que fazer metrô, temos que fazer o trem, mas temos que parar com essa ilusão de que fazendo metrô vai tirar o apetite de um pobre ter um carro. Aqueles que pensam isso têm o seu próprio carro. Eles querem que os pobres deixem a rua livre para eles”, afirmou, levantando aplausos de operários que trabalham no complexo, e lotaram o espaço preparado para o evento.
Nos países desenvolvidos, principalmente em cidades com trânsito saturado, como São Paulo, a questão transporte coletivo x transporte individual deixou de ser uma questão de ricos ou pobres há muito tempo. O transporte coletivo – principalmente o metrô – combinado com medidas que desestimulam a circulação de carros particulares nos grandes centros tem grandes três virtudes.
Reduz a poluição causada pelos motores movidos a derivados de petróleo, barateia o deslocamento das pessoas para o trabalho e prepara a transição para um sociedade movida a combustível de origem renovável. Aliás, o etanol, um desses combustíveis, era considerado prioritário pelo governo até a descoberta do pré-sal, recurso natural que só vai render frutos daqui a dez anos, e a um custo financeiro e ambiental altíssimo.
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